17 de novembro de 2007

Atendimento Pré-hospitalar no Brasil - Parte 01

Breve histórico

O atendimento médico no Brasil Colônia e no Brasil Império era escasso. Em 1789, no Rio de Janeiro, havia somente quatro médicos em atuação (Salles, 1971), o atendimento pré-hospitalar (APH) era inexistente. Em 1808, foi fundada a Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, quando então se iniciou o transporte e atendimento de vítimas feridas. Desde já, o modelo pré-hospitalar adotado era estrangeiro, realizado por carruagens.

Com a proclamação da república, o atendimento foi integrado ao Estado e passou a ser coordenado ao longo do tempo por diversos serviços públicos: Serviço de Atendimento Médico Domiciliar de Urgência (SAMDU); Instituto Nacional de Previdência Social (INPS); Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS) e, atualmente, pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), mediante as Secretarias de Saúde em cooperação com o Corpo de Bombeiros.

Em 1981, em Brasília, o Corpo de Bombeiros criou um serviço experimental de resgate de vítimas feridas, mas ainda desprovido de um modelo concreto. Cinco anos mais tarde, após um intercâmbio de Bombeiros brasileiros nos EUA (Companheiros das Américas) foi proposta uma reestruturação do sistema, com a criação de um serviço com ambulâncias equipadas e recursos humanos com treinamento específico. Em 1990, começa a funcionar, na grande São Paulo o Projeto Resgate em 14 municípios com 38 unidades de salvamento. Contudo, o Brasil ainda não dispunha de um modelo autêntico de atendimento e legislação específica sobre APH.

Apenas no ano de 1998, o Conselho Federal de Medicina qualifica o atendimento pré-hospitalar como serviço médico, tanto na coordenação quanto na supervisão
(Resolução CFM nº. 1.529/98). No ano seguinte o Ministério da Saúde aprova a normatização do atendimento pré-hospitalar com a Portaria nº 824, a qual é revogada pela nº 814 de 2001, mais abrangente. Ainda no mesmo ano o Ministério da Saúde cria a Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e Violência, com o intuito de reduzir a hecatombe brasileira.

Em 2002, o Ministério da Saúde aprova a regulamentação técnica dos sistemas estaduais de urgência e emergência
(PRT nº 2048/GM), um grande avanço do governo brasileiro, mas ainda carente de um modelo nacional, próprio! Nesta portaria fica claro a opção pelo modelo Franco-alemão de atendimento pré-hospitalar, paradoxalmente, o treinamento preconizado é baseado no modelo Anglo-americano. Em 2003, é instituído a Política Nacional de Atenção às Urgências (PRT nº 1863/GM) em todas as unidades federadas. Finalmente o Brasil tem uma legislação completa na área de urgência e emergência. Duas décadas após o pioneirismo em Brasília.
(Por Paulo Pepulim)
Leia aqui a parte 02.

6 comentários:

Anônimo disse...

Seu blog e muito completo sobre o assunto.
Para mim o Brsasil merece um profissional especializado.
Pena que os conselhos CRM não larga o osso de certas técnicas avançadas: só aqui no país de terceiro Mundo.

Anônimo disse...

Em primeiro lugar quero agradecer pelo excelente trabalho apresentado
e se tratando de melhorias acredito que só conseguiremos uma maior eficácia nos atendimentos pre-hospitalar,se começarmos a ter uma poilitica de procedimentos de para -médicos que é um assunto polêmico mais que o conteúdo de procedomento desses profissionas com certeza ajudaria melhorar ainda mais as chances de vida de um acidentado...

Nevton disse...

Legislação completa na área de urgência e emergência?? Com as portarias 2048 e 1863??
O amigo está desinformado!!
Precisa de Lei, e não uma simples Portaria.
Precisa de muita coisa ainda;
- definir quem trabalhará na área
- definir a formação
- definir quem fará essa formação
Entre outras coisas...
Por acaso, você é eleitor do "molusco"e da "guerrilheira"?
Informe-se melhor antes de postar informações.
Atenciosamente,

Coordenador de Serviço de Atendimento Pré-Hospitalar

Paulo Pepulim disse...

Prezado Nevton,

Talvez você esteja desinformado também.
A portaria nº 2048 de 2002 define e regulamenta todos os seus questionamentos. Basta ter um pouco de disposição e ler o documento.

Caso retorne, deixe um link para que possa conhecer a sua opinião.

Espero também que informe-se melhor antes de postar comentários.

Atenciosamente,

Paulo Pepulim

Resgate Vidas disse...

PARABÉNS PELO CONTEÚDO, É DE ÓTIMA QUALIDADE.

ENTENDO QUE COM INFORMAÇÕES COMO ESSAS DARÃO EM UM CURTO PERÍODO ÓTIMOS RESULTADOS NO SENTIDO DE MELHORIAS NA QUALIDADE DO SERVIÇO APH.
AOS INTERNAUTAS, DIVULGUEM ESSE BLOG QUE TRARÁ MUITO CONHECIMENTO A SOCORRISTAS PELO BRASIL AFORA, E COM ISSO MELHORA OS INDICADORES DE SOBRE-VIDA E SEQUELADOS PÓS ATENDIMENTO PRÉ HOSPITALAR, LOGICO COM A CONTINUIDADE DO INTRA-HOSPITALAR, ENFIM TODA REDE SUS, MAS TUDO INICIA NO PRÉ-HOSPITALAR.

ABRAÇOS, O BLOG ESTÁ DE PARABÉNS.

Enfermeiras Emanuelly e Isabela disse...

Muito bom seu blog.