Terceira guerra mundial! Em sua última coleta de dados (2002) a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que aproximadamente 1,2 milhão de seres humanos teve suas vidas ceifadas pelo trauma no trânsito. Representando a hecatombe de 3.242 mortes por dia, média. Estimasse que entre 20 e 50 milhões de pessoas saem feridas ou com seqüelas irreversíveis. Esses números refletem somente os envolvidos diretamente nos eventos no trânsito, se avaliarmos os impactos indiretos – indivíduos que, de maneira indireta, aproximam-se do problema (familiares, policiais, socorristas, etc.) – os números tornam-se epidêmicos.
O Brasil está em guerra! Segundo o Sistema de Informação Sobre Mortalidade (2005), 34.381 vidas são perdidas no trânsito do país (apenas os mortos no local), somando-se os falecidos durante o resgate e nos hospitais esse número passa de 45.000 óbitos. O Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais são responsáveis por 37,14% da matança brasileira. Os eventos de trauma relacionados ao trânsito representam a segunda maior causa de mortalidade e a sexta de internações hospitalares. Constatações devastadoras. Cabe aludir aqui que estes números não são confiáveis. “Padecem de um mal estatístico incurável neste país, a síndrome da subnotificação.” (Mir/2004).
O preço da matança
O atendimento de emergência, dentro da hierarquia da saúde pública, é de alta complexidade, terciário. O que o deixa com um custo elevado. No ano de 2002 o atendimento das vítimas de violência retirou dos cofres públicos cerca de 25 bilhões de Reais, segundo o relatório sobre violência da OMS. Isso equivale a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), quase o orçamento do Ministério da Saúde em 2002, somente os incidentes de trânsito nas rodovias brasileiras custou R$ 22 bilhões - 1,2% do PIB (valores de dezembro de 2005).
O custo das vítimas de trânsito em áreas urbanas retira do orçamento 5,3 bilhões de Reais, sendo o custo médio unitário de R$ 3,3 mil para eventos no trânsito sem vítimas, R$ 17,5 mil quando há feridos, e R$ 144,5 mil em eventos com óbitos, segundo o estudo – de qualidade e confiabilidade sem igual -, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Cols, intitulado “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Aglomerações Urbanas.”. Realizado entre os anos de 2001 e 2003.
Outro estudo, este mais recente (IPEA/2006), intitulado “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras.”, aponta um custo de 22 bilhões de Reais para os eventos de trânsito nas rodovias federais, estaduais e municipais. Esse valor exorbitante é o preço, pago pela população brasileira, pela displicência e incapacidade do Estado em reduzir a morbi-mortalidade do trauma no trânsito. Lastimável!
A Universidade de Harvard, em 1998, publicou um estudo conjeturando que, no ano de 2020, os custos médicos para o atendimento às vítimas da violência chegariam a consumir 25% de todos os recursos médicos mundiais, agravando o quadro financeiro mundial.
O que fazer?
A redução da tragédia brasileira é urgente! O Estado precisa desenvolver políticas públicas que melhorem as coletas de dados e notificação de eventos relacionados ao trânsito, além de qualificar e integrar os bancos de dados do país.
Os indicadores mostram que os números de acidentes diminuíram entre 2004 e 2005, no entanto, o de mortos aumentou. É necessário identificar e reduzir os principais condicionantes que levam ao acidentes graves, os quais os custos são mais elevados.
Os atropelamentos são responsáveis por grande parte das mortes nas rodovias brasileiras, a análise dos locais e intervenção para redução das vítimas devem ser pensadas.
Investimentos na área de atendimento pré-hospitalar são fundamentais, além disso, incentivos para a pesquisa, de modo a estabelecer políticas públicas embasadas em evidências e não somente em opiniões e modelos estrangeiros.
Por fim, é necessário uma ampla discussão, de caráter nacional, para diminuir o número das vítimas e o sofrimento de todos os envolvidos nos eventos funestos no trânsito brasileiro.
O Brasil está em guerra! Segundo o Sistema de Informação Sobre Mortalidade (2005), 34.381 vidas são perdidas no trânsito do país (apenas os mortos no local), somando-se os falecidos durante o resgate e nos hospitais esse número passa de 45.000 óbitos. O Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais são responsáveis por 37,14% da matança brasileira. Os eventos de trauma relacionados ao trânsito representam a segunda maior causa de mortalidade e a sexta de internações hospitalares. Constatações devastadoras. Cabe aludir aqui que estes números não são confiáveis. “Padecem de um mal estatístico incurável neste país, a síndrome da subnotificação.” (Mir/2004).
O preço da matança
O atendimento de emergência, dentro da hierarquia da saúde pública, é de alta complexidade, terciário. O que o deixa com um custo elevado. No ano de 2002 o atendimento das vítimas de violência retirou dos cofres públicos cerca de 25 bilhões de Reais, segundo o relatório sobre violência da OMS. Isso equivale a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB), quase o orçamento do Ministério da Saúde em 2002, somente os incidentes de trânsito nas rodovias brasileiras custou R$ 22 bilhões - 1,2% do PIB (valores de dezembro de 2005).
O custo das vítimas de trânsito em áreas urbanas retira do orçamento 5,3 bilhões de Reais, sendo o custo médio unitário de R$ 3,3 mil para eventos no trânsito sem vítimas, R$ 17,5 mil quando há feridos, e R$ 144,5 mil em eventos com óbitos, segundo o estudo – de qualidade e confiabilidade sem igual -, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Cols, intitulado “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Aglomerações Urbanas.”. Realizado entre os anos de 2001 e 2003.
Outro estudo, este mais recente (IPEA/2006), intitulado “Impactos Sociais e Econômicos dos Acidentes de Trânsito nas Rodovias Brasileiras.”, aponta um custo de 22 bilhões de Reais para os eventos de trânsito nas rodovias federais, estaduais e municipais. Esse valor exorbitante é o preço, pago pela população brasileira, pela displicência e incapacidade do Estado em reduzir a morbi-mortalidade do trauma no trânsito. Lastimável!
A Universidade de Harvard, em 1998, publicou um estudo conjeturando que, no ano de 2020, os custos médicos para o atendimento às vítimas da violência chegariam a consumir 25% de todos os recursos médicos mundiais, agravando o quadro financeiro mundial.
O que fazer?
A redução da tragédia brasileira é urgente! O Estado precisa desenvolver políticas públicas que melhorem as coletas de dados e notificação de eventos relacionados ao trânsito, além de qualificar e integrar os bancos de dados do país.
Os indicadores mostram que os números de acidentes diminuíram entre 2004 e 2005, no entanto, o de mortos aumentou. É necessário identificar e reduzir os principais condicionantes que levam ao acidentes graves, os quais os custos são mais elevados.
Os atropelamentos são responsáveis por grande parte das mortes nas rodovias brasileiras, a análise dos locais e intervenção para redução das vítimas devem ser pensadas.
Investimentos na área de atendimento pré-hospitalar são fundamentais, além disso, incentivos para a pesquisa, de modo a estabelecer políticas públicas embasadas em evidências e não somente em opiniões e modelos estrangeiros.
Por fim, é necessário uma ampla discussão, de caráter nacional, para diminuir o número das vítimas e o sofrimento de todos os envolvidos nos eventos funestos no trânsito brasileiro.
(Por Paulo Pepulim)
Um comentário:
É triste a discrepância entre o atendimento daqui e o de outros Paises desenvolvidos, muitas dessas mortes seriam evitadas se os recursos chegassem a saúde(CPMF) e fossem utilizados sem corrupção!!! Muitas mortes pela medicina de guerra que temos em nosso Brasil!
Postar um comentário