Epidemiologia do Trauma
Qual é a exata situação atual do trauma como evento médico, social e humano no país? Os números oficiais da Fundação Nacional de Saúde em 2002 são estes: os coeficientes de mortalidade por causas externas tiveram um aumento no período de 18 anos, embora não-linear, de 23%, ao passar de 59/100.000 habitantes, em 1980, para 73/100.000, em 1998. Isso representa 15% de toda a mortalidade brasileira. E focando-se os últimos dez anos do séc. XX – 1988 a 1998 – foram notificadas 1.182.472 mortes por causas violentas no país. Desde 1990, por ano, as mortes por causas externas oscilaram entre 100 a 120 mil, menos em 1992, quando a quantidade de pessoas que perderam a vida por essa causa foi menor. Em 1998, por exemplo, foram ceifadas 117.600 vidas, por violências e acidentes, das quais quase 50 mil eram de jovens.
Houve uma elevação da mortalidade proporcional por causas externas em todas as faixas etárias; nas idades de 10 a 19 e de 20 a 29 elas respondem por 70% de todos os óbitos ocorridos. Lesões e envenenamentos foram a causa de 17,1% das internações de jovens de 10 a 19 anos em 1999; entre 20 e 29 anos essa proporção foi de 14,3%. A maioria da população internada era de jovens do sexo masculino, evidenciando a gravidade dos fatores sociais adversos para sua saúde. A maioria dos traumas e lesões que levam às urgências, emergências e a internações é causada por acidentes de trânsito, conflitos interpessoais e tentativas de homicídio.
A mortalidade por violência entre jovens é um fenômeno masculino: nas faixas de 10 a 19 anos, a relação é de cinco homens para uma mulher; e na de 20 a 29 anos é de 9:1. A causa externa específica que mais cresceu nos últimos 20 anos foram os homicídios com um percentual de 109% mais elevado em 1998 do que em 1980. Além do viés de gênero, o perfil dos homicídios mostra, também, uma discriminação por classes sociais. Embora as informações não permitam inferir renda, levantamentos geo-referenciados e por profissões revelam que são os pobres, moradores de favelas e das periferias urbanas que compõem o perfil da maioria das vítimas. Os suicídios têm pequena significância estatística no conjunto das mortes por causas externas no país, mas também estão em ascensão, tendo aumentado em 23% nos últimos 20 anos; e entre os jovens de 15 a 24 anos esse aumento proporcional foi muito mais expressivo (48%). Em 1998, 65,8% dos homicídios de jovens envolveram armas de fogo.
O indicador Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP), permite avaliar a importância da mortalidade prematura por violências e acidentes como expressão do valor social da morte (Reichenheim e Werneck, 1994). No Brasil, em 1997, as causas externas foram 28,6% dos anos potenciais de vida perdidos pela população em geral, primeira causa de APVP para os jovens.
Houve uma elevação da mortalidade proporcional por causas externas em todas as faixas etárias; nas idades de 10 a 19 e de 20 a 29 elas respondem por 70% de todos os óbitos ocorridos. Lesões e envenenamentos foram a causa de 17,1% das internações de jovens de 10 a 19 anos em 1999; entre 20 e 29 anos essa proporção foi de 14,3%. A maioria da população internada era de jovens do sexo masculino, evidenciando a gravidade dos fatores sociais adversos para sua saúde. A maioria dos traumas e lesões que levam às urgências, emergências e a internações é causada por acidentes de trânsito, conflitos interpessoais e tentativas de homicídio.
A mortalidade por violência entre jovens é um fenômeno masculino: nas faixas de 10 a 19 anos, a relação é de cinco homens para uma mulher; e na de 20 a 29 anos é de 9:1. A causa externa específica que mais cresceu nos últimos 20 anos foram os homicídios com um percentual de 109% mais elevado em 1998 do que em 1980. Além do viés de gênero, o perfil dos homicídios mostra, também, uma discriminação por classes sociais. Embora as informações não permitam inferir renda, levantamentos geo-referenciados e por profissões revelam que são os pobres, moradores de favelas e das periferias urbanas que compõem o perfil da maioria das vítimas. Os suicídios têm pequena significância estatística no conjunto das mortes por causas externas no país, mas também estão em ascensão, tendo aumentado em 23% nos últimos 20 anos; e entre os jovens de 15 a 24 anos esse aumento proporcional foi muito mais expressivo (48%). Em 1998, 65,8% dos homicídios de jovens envolveram armas de fogo.
O indicador Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP), permite avaliar a importância da mortalidade prematura por violências e acidentes como expressão do valor social da morte (Reichenheim e Werneck, 1994). No Brasil, em 1997, as causas externas foram 28,6% dos anos potenciais de vida perdidos pela população em geral, primeira causa de APVP para os jovens.
Extraído do Projeto Trauma 2005-2025 - Sociedade, violência e trauma.
(Conheça o Projeto Trauma clicando aqui)
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