Para estudantes da área da saúde.
Você ingressou na faculdade e começou a ter aulas (chatíssimas) de bioquímica e que hoje não lembra mais. Finalmente chegou a anatomia, melhor ainda, você já passou pela anatomia e depois da (graciosa) fisiologia, chega o momento das suas aulas no hospital, logo você pensa: “Agora sim, vai ter ação...” e tem! Você aprende a fazer anamnese, passa horas ouvindo as queixas dos pacientes e examinando-os (pena que para por ai), pois, lembrando bem, você ainda não conhece as doenças.
Então... Ansioso, espera pelas famosas especialidades... Agora sim! Você sabe diagnosticar as doenças, embora mais em você do que nos pacientes – já percebeu quantas patologias nós achamos que temos durante o curso? – É nesse momento que seus amigos chamam você de hipocondríaco. E se ainda não chamaram... Aguarde!
Até o momento tudo é lindo e belo. Porém, logo vêm os plantões. Para alguns obrigatórios, seja pela faculdade ou necessidade de verbas. Para outros, a chance de por em prática e, para quase todos, de se tornar quase um médico ou enfermeiro. E nesse instante você repara uma fresta, ou melhor, uma cratera na sua vida estudantil.
Como assim, nunca te falaram de trauma? E agora? Você corre para aprender a suturar, embora continue sem ouvir falar de trauma. A emergência lotada! Quedas! Vitimas de trânsito! Baleados! Esfaqueados! Você aprende a primeira lição: O numero de traumatizados é proporcional ao tamanho de sua cidade.
No começo, você ainda cogita em fazer anamnese, exame físico completo, perguntar como foi o parto daquele paciente, Com quantos anos começou a andar, seus hábitos... Como? Ele acabou de ser deixado ali, pelos Bombeiros ou SAMU, na sua frente, em cima de uma maca, e você olha aquilo (lê-se aqui a doença trauma) e pergunta: Como vou tratar isso? Isso não! Essa doença. Algum médico te pergunta a história dele, outro a Escala de Coma de Glasgow. No meio tempo o bombeiro chama você e manda arrumar um colar cervical. Alguém pede a rotina de raios-X para trauma – como assim rotina de trauma? – É... A faculdade esqueceu e você também não lembrou. Preferiu fazer outros cursos. Mas agora ou em alguma hora, não tem como fugir. É você e o trauma.
Você ingressou na faculdade e começou a ter aulas (chatíssimas) de bioquímica e que hoje não lembra mais. Finalmente chegou a anatomia, melhor ainda, você já passou pela anatomia e depois da (graciosa) fisiologia, chega o momento das suas aulas no hospital, logo você pensa: “Agora sim, vai ter ação...” e tem! Você aprende a fazer anamnese, passa horas ouvindo as queixas dos pacientes e examinando-os (pena que para por ai), pois, lembrando bem, você ainda não conhece as doenças.
Então... Ansioso, espera pelas famosas especialidades... Agora sim! Você sabe diagnosticar as doenças, embora mais em você do que nos pacientes – já percebeu quantas patologias nós achamos que temos durante o curso? – É nesse momento que seus amigos chamam você de hipocondríaco. E se ainda não chamaram... Aguarde!
Até o momento tudo é lindo e belo. Porém, logo vêm os plantões. Para alguns obrigatórios, seja pela faculdade ou necessidade de verbas. Para outros, a chance de por em prática e, para quase todos, de se tornar quase um médico ou enfermeiro. E nesse instante você repara uma fresta, ou melhor, uma cratera na sua vida estudantil.
Como assim, nunca te falaram de trauma? E agora? Você corre para aprender a suturar, embora continue sem ouvir falar de trauma. A emergência lotada! Quedas! Vitimas de trânsito! Baleados! Esfaqueados! Você aprende a primeira lição: O numero de traumatizados é proporcional ao tamanho de sua cidade.
No começo, você ainda cogita em fazer anamnese, exame físico completo, perguntar como foi o parto daquele paciente, Com quantos anos começou a andar, seus hábitos... Como? Ele acabou de ser deixado ali, pelos Bombeiros ou SAMU, na sua frente, em cima de uma maca, e você olha aquilo (lê-se aqui a doença trauma) e pergunta: Como vou tratar isso? Isso não! Essa doença. Algum médico te pergunta a história dele, outro a Escala de Coma de Glasgow. No meio tempo o bombeiro chama você e manda arrumar um colar cervical. Alguém pede a rotina de raios-X para trauma – como assim rotina de trauma? – É... A faculdade esqueceu e você também não lembrou. Preferiu fazer outros cursos. Mas agora ou em alguma hora, não tem como fugir. É você e o trauma.
(Por Fernanda Moreth)
Estudante de medicina do 9º período da Universidade Federal Fluminense
Um comentário:
Adorei Fernanda!!
Que texto ótimo!! Tomara que muitas pessoas o leiam e percebam a importância de aprender "O Trauma", mas tomara que esse momento não seja na frente de um politraumatizado! Recomendarei ele para os alunos da LITRE!
Um grande beijo e parabéns!!
Mariana Nascimento
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